Astrapa nega tráfico de travesti, mas admite que menores podem ser aliciados



A relações públicas da Associação das Travestis da Paraíba, Fernanda Bevenuchi, falou em entrevista ao portal Paraibacombr sobre o suposto tráfico de travestis que existiria na Paraíba, após algumas autoridades políticas terem denunciado este fluxo para cidades européias na última semana. A deputada Lea Toscano (PSB), inclusive, entrou com pedido de criação de uma CPI. “Este fluxo não é de hoje, sempre existiu. Quando eu vim para João Pessoa, com 16 anos, também recebi vários convites para ir para a Europa”, lembrou Bevenuchi.

Uma das coisas que a RP da associação fez questão de enfatizar é que o fluxo existe há muito tempo, mas que as travestis não vão obrigadas, mas sim por vontade própria, sabendo o que vão fazer na Europa. “Prostituição não é crime. Crime é aliciar menores ou escravizar os travestis que vão para lá. Por isso a CPI é importante, para prender os aliciadores. Lembrando sempre que sabemos que 99% vão por vontade própria”, falou.

Outro ponto discutido por Fernanda Bevenuchi é que a associação não quer se envolver com as investigações. “Isto é papel da justiça e da polícia, de prender os aliciadores. O que nos tem preocupado realmente neste caso é com os menores, às vezes meninos gays, que são aliciados a se tornarem travesti na Europa, ou das travestis que são enganadas, perdem o passaporte e acabam sendo escravizadas”.

No entanto, Fernanda faz uma ressalva sobre a CPI: “O que não se pode é fechar as portas para os travestis que precisam ir para lá, por questões financeiras. O Brasil não reconhece nem valoriza os travestis. Enquanto no Brasil, um programa pode custar R$20 , R$30 e na Europa, ganha-se muito mais”, destacou.

FONTE: Paraiba . Com . BR
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