Travestilidade por Iyá Fernanda Moraes

À tod@s aquel@s que ainda tem alguma dúvida sobre o assunto e ainda não sabem como tratar e se referir à UMA Travesti:


Travestis são pessoas que nascem identificadas com um sexo masculino, mas que se vestem, vivem e assumem cotidianamente comportamentos femininos e buscam modificar seus corpos com injeções de hormônio, aplicações de silicone líquido industrial e outras cirurgias plásticas, mas não sentem desconforto algum com seu sexo de nascimento.

Travestis aderem ao Gênero Feminino e assumem o mesmo Papel Social, algumas podem ser ambíguas, tendo, algumas vezes, sua Identidade Social/Sexual masculina e feminina coligadas e convivem muito bem interagindo com essa dualidade, independente da Orientação Sexual, e, podem ser heterossexuais, bissexuais ou homossexuais, ou seja, relacionar-se sexual, amorosa e afetivamente com Homens, Mulheres e/ou outras Travestis, ao mesmo tempo, sem qualquer encargo de consciência ou transtorno psicológico.

Travesti hoje em dia no Brasil se refere principalmente à uma pessoa que apresenta sua identidade social oposta ao sexo designado no registro civil de nascimento, mas que não almeja, de forma alguma, se submeter à uma Cirurgia de Transgenitalização ou Readequação de Sexo - CRS.

O termo Travesti (do latim “trans”, cruzar ou sobrepassar, e “vestere’’, vestir) tem origem na língua francesa: Travestie e referia-se à forma de se vestir em casas de espetáculos na França, onde mulheres se apresentavam com roupas pequenas, sensuais e provocantes, a partir do século XV. Na língua inglesa o termo preferido é transvestite que foi cunhado a partir dos estudos do sociólogo e sexológo judeu-alemão, Dr. Magnus Hirschfeld, que publicou a obra, em 1910, (“Die Transvestiten: eine Untersuchung über den erotischen Verkleidungstrieb”) “Os Travestidos: uma Investigação do Desejo Erótico por disfarçar-se” para descrever a um grupo de pessoas que de forma voluntaria e frequente se vestiam com roupas comumente designadas ao sexo oposto.

Travesti ou “Eonista” era originalmente uma pessoa que se vestia com roupas do sexo oposto para apresentar-se em shows e espetáculos; mas essa prática passou a designar hoje em dia principalmente os transgêneros (atores, artistas transformistas ou drag-queens).

A Travestilidade é uma condição identitária feminina e não uma orientação sexual. As razões da Travestilidade ainda não estão bem claras e isso tem sido causa de muita especulação científica, mas nenhuma teoria psicológica/psiquiátrica foi considerada consistente. Teorias que assumem uma diferenciação no cérebro das Travestis são ainda recentes e difíceis de serem comprovadas, porque no momento requerem uma análise complexa das estruturas cerebrais inatas.

A grande maioria das Travestis, em geral, não negam e até aceitam sua genitália como algo que as torna "mulheres" diferentes e parte do fetiche social/sexual, não se sentem constrangidas em falar, tocar, ver ou serem tocadas em sua genitália e faz parte do modo como obtém seu prazer sexual.

Ser Travesti não é pejorativo ou marginal, pois elas, muitas vezes são empurradas à prática prostituição de rua, por imposição social, por falta de oportunidades profissionais no mercado de trabalho formal, devido ao preconceito social (transfobia), aos estigmas vivenciados por elas, pelo enfoque errôneo da mídia e pela maior visibilidade dada à prostituição de rua.
 


Iyá Fernanda Moraes




  • Iyá Fernanda de Moraes - Assistente Social no Governo do Estado de São Paulo e Coordenadora Geral na Ong Instituto APHRODITTE-SP
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