Estado será obrigado a indenizar Aluna Trans ofendida por professor durante uma discussão em sala, o professor insinuou que Mulheres Trans que usam o banheiro feminino seriam potenciais estupradoras.
Kimberly Luciana DiasDo Mundo T, em São Paulo
Nesta semana, uma decisão judicial marcou um avanço simbólico e necessário, o Estado de São Paulo foi condenado a indenizar uma jovem Estudante Trans que sofreu ofensas transfóbicas por parte de um professor, dentro da sala de aula, um espaço que deveria ser sagrado para o aprendizado, a escuta e o respeito.
Durante uma discussão em sala, o professor insinuou que Mulheres Trans que usam o banheiro feminino seriam potenciais estupradoras. Sim, em pleno século XXI, ainda há quem tenha coragem de propagar esse tipo de falácia perigosa, que só reforça a marginalização e o medo contra nossos corpos.
O juiz Cândido Alexandre Munhóz Pérez, da Vara da Fazenda Pública de Guarujá, foi claro, a postura do docente feriu os princípios que deveriam reger qualquer espaço educacional. A aluna, abalada, precisou recorrer a tratamento psicológico, e agora será indenizada em R$ 8 mil por danos morais e R$ 800 pelos gastos com terapias.
Professor chama aluna trans de estupradora e Estado é condenado!
Esta sentença reafirma que nossas vidas importam. Que nossos sentimentos não são exagero. Que nossos corpos não são ameaça. Que não é aceitável sermos silenciadas ou humilhadas por quem tem o dever de educar.
A escola deve ser lugar de acolhimento, de construção de sonhos, e não de reforço de estigmas. O Estado, ao ser condenado, carrega agora a responsabilidade de refletir sobre a qualidade e a sensibilidade do corpo docente que contrata. Não queremos ser toleradas. Queremos ser respeitadas.
Como Travesti, e como alguém que já sentiu na pele o peso do preconceito na escola, em pleno anos 80 e 90, digo! Ninguém vai apagar quem somos. Cada vitória como essa é uma semente. E nós, juntas, somos mais fortes!