Bruna Marx e Gustavo Benevides, Hoje são um casal que luta contra o preconceito

O Amor Não Escolhe, Simplesmente Acontece

                                                                 Foto: Agência O Globo / Márcio Alves
O casal revelou ao jornal O Globo, detalhes de suas vidas e sobre um relacionamento tão discriminado perante a sociedade, Gustavo Benevides é estudante de educação física, Bruna Marx  é servidora pública e mostram que o amor juntos é capaz de superar toda a hipocrisia.
Quando se assume um relacionamento em consequência disso vem o preconceito que carregamos por ser uma Travesti é todo transferido para nossos companheiros, a família de Gustavo não aprova o relacionamento os amigos romperam a amizade, hoje ele teve que sair de casa e vive com Bruna e fazem questão de andar de mão dadas  e diz "Ela é tudo na minha vida. A um ano ela iniciou a sua transição com reposição hormonal e tem todo o apoio dele.

Bruna, explica, que não tem a intenção de fazer a cirurgia de readequação sexual, mais para o Código Internacional de Doenças (CID-10), ela tem transtorno de indentidade de gênero, isso poderá ocasionar o seu afastamento no trabalho.

Superar preconceitos é algo que carrega desta a infância, na família e escola por ser diferente, segue abaixo a entrevista cedida ao Jonal O Globo.

A falta de uma legislação específica para casos como o de Bruna deixa pessoas à margem do conceito de cidadania. Ela já está acostumada a enfrentar esse problema. Desde criança, quando ainda morava no Ceará com a família, ela é punida por ser diferente da maioria.
Bruna: Eu devia ter uns 5 anos quando um coleguinha da escola me chamou de veadinho. Eu não tinha ideia do que significava isso. Cheguei em casa e perguntei para minha mãe o que era, e ela me deu uma surra. Foi a primeira vez que apanhei sem saber o motivo, lembra.

Ainda na infância, Bruna passou a entender que seu jeito de ser a fazia correr riscos, mesmo sem saber exatamente o porquê. Aos 14 anos, com mais discernimento, conseguiu enxergar que seu “problema” não teria a “solução” que todos queriam.
Bruna: As pessoas me cobravam para ser o que eu não era. Minha essência sempre foi feminina. Tive de me policiar muito até aparecer a primeira oportunidade de sair de casa. Se não fosse assim, eu seria expulsa pelos meus pais e teria de virar prostituta para comer. Agi com racionalidade para não prejudicar o meu futuro, conta Bruna.

Ela divide sua vida em duas etapas. A aprovação para o funcionalismo público, aos 17 anos, que a trouxe para o Rio de Janeiro, foi a primeira. A segunda começou há um ano, quando decidiu começar a tomar hormônios e assumir sua identidade feminina — com aplique de cabelo, salto alto e muitas bijuterias — fora do expediente de trabalho. Bruna afirma que haverá uma terceira, que estará relacionada ao seu momento pós-aposentadoria.
Bruna: Quando eu puder ser quem sou de verdade em horário integral, vou renascer para a vida. É só isso que falta para eu ser uma mulher completa — afirma Bruna.

Hoje, apoio é o que não lhe falta. Depois que assumiu para os pais o namoro com uma mulher que nasceu homem, o estudante de Educação Física Gustavo Benevides, de 20 anos, teve de sair de casa. Mas está feliz.
Bruna: Fui de mala e cuia para a casa dela porque não tinha para onde ir. Meus amigos também se afastaram de mim. Eu, que sempre fui um cara muito reservado, passei a ser uma das pessoas mais olhadas na rua por ter me casado com a Bruna. Mas disso eu não abro mão. Temos interesse de fazer parte de uma ONG que lute pelos direitos dos gays. Isso ainda não aconteceu, mas já fazemos uma militância diária. Andamos de mãos dadas nas ruas, no shopping. As pessoas têm que nos respeitar, porque amar não é crime. Bruna é tudo na minha vida, e, em qualquer coisa que faço hoje, levo em consideração a minha mulher. Deixei de fazer um intercâmbio em Portugal para ficar com ela — conta Benevides.

Para Bruna, que não acreditava que, um dia, fosse ter um relacionamento sério, Benevides é muito mais do que um grande companheiro.
Bruna: Ele é a minha estabilidade emocional. Quando sou atacada, mesmo que indiretamente, ele está sempre do meu lado para me amparar.
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