Travestis brasileiras perseguidas na ditadura militar exigem indenização financeiras pela repressão de que foram vítimas
Profissionais do sexo alegam ter sido perseguidas durante a ditadura militar no Brasil, entre 1964 e 1985, e exigem agora indenizações.
Segundo o jornal "O Globo", há prostitutas e travestis que vão dirigir-se à Comissão de Amnistia, com vista a provarem que a repressão da qual foram alvo está relacionada com a perseguição política durante o período de ditadura militar no país.
A presidente do Grupo de Mulheres Prostitutas do Pará, Lourdes Barreto, com 71 anos, diz que foi presa e agredida várias vezes e que a repressão às prostitutas não era só levada a cabo por militares das Forças Armadas, mas também por agentes da Polícia Civil e Militar. Muitas profissionais do sexo eram escravizadas e acabaram mesmo por morrer.
Safira Bengell ganha na justiça o direito de usar nome feminino nos documentos
A travesti Safira Bengell, será a primeira a apresentar a queixa na Comissão de Amnistia, alegando ter sido torturada.
"Afetaram a minha integridade. Fui presa várias vezes e jogavam-me água gelada somente pelo fato de eu me vestir de mulher. Tínhamos que fazer sexo com os guardas prisionais e agentes da polícia para recebermos um pouco de água", explicou a travesti ao jornal.
"Afetaram a minha integridade. Fui presa várias vezes e jogavam-me água gelada somente pelo fato de eu me vestir de mulher. Tínhamos que fazer sexo com os guardas prisionais e agentes da polícia para recebermos um pouco de água", explicou a travesti ao jornal.
A Comissão de Amnistia acredita, contudo, que será difícil para estas profissionais do sexo provar que sofreram perseguição política, tal como acontece com os sem-abrigo ou indígenas.