21 abril, 2013

Patricia Araujo é escalada para 'Salve Jorge', vai dar vida a Personagem Priscila



Depois de escalar as transexuais Maria Clara Spinelli (Anita) e Mariana Molina (Beyoncé) no elenco de “Salve Jorge”, a autora Gloria Perez arrumou um papel para a travesti Patricia Araújo. Conhecida por sua amizade com jogadores de futebol, ela sempre foi presença constante nas festas de Adriano, o Imperador, a modelo, que já foi considerada a travesti mais bonita do Brasil, desfilou no Fashion Rio, em 2009. Na novela, Patricia vai dar vida à travesti traficada Priscila, que será enviada para a Turquia. 


Fonte: DIÁRIO SP

19 abril, 2013

Transexuais desafiam rigor islâmico e se candidatam no Paquistão



Paquistão é lar de muitos radicais islâmicos. O movimento fundamentalista Talibã também atua no país. Mas, aos poucos, a sociedade vai se transformando. E pelas urnas. 

Resham e outras seis candidatas se tornaram as primeiras transexuais a disputar as eleições gerais do Paquistão, de acordo com a agência AP.
"Para mim é uma jihad participar das eleições. Tudo o que eu quero é o amor das pessoas", disse Resham.
As chances de vitória são insignificantes, mas as transexuais estão fazendo história e marcando posição aberta como grupo minoritário dentro de uma sociedade de maioria conservadora.
"Não me preocupo com a derrota. Estou disputando as eleições para provar que agora também faço parte da sociedade, e que temos direitos iguais", afirmou Lubna Lal, transexual que briga por votos emJehlum.
A candidata se prepara para fazer campanha eleitoral para o pleito de 11 de maio
Resham faz campanha em rua de Gujrat, onde mora
A transexual tem chamado atenção de eleitores dos dois sexos pelas ruas
Fotos: AFP

17 abril, 2013

Arqueólogos descobriram um esqueleto de 5.000 anos de idade que acreditam que podem ser os restos de uma pessoa transexual.


A pessoa pode ter sido transexuais (Foto de arquivo: Todd Huffman)
O esqueleto masculino foi encontrado num subúrbio de Praga e está enterrado em uma maneira antes só visto em enterros do sexo feminino.
O corpo acredita-se que datam de entre 2900 e 2500 AC e é a partir da cultura Ware com fio da Idade do Cobre.
Os corpos dos homens a partir dessa idade e cultura são geralmente encontrado enterrado com a cabeça em direção ao oeste e com armas.
Mas este esqueleto foi encontrado com a cabeça em direção ao leste e foi cercado por jarros domésticos - como os corpos das mulheres a partir do momento são normalmente encontrados.
Numa conferência de imprensa em Praga ontem, arqueólogos teorizaram que a pessoa pode ter sido transgénero ou 'terceiro sexo'.
Kamila Remišová, o chefe da equipe de pesquisa, disse: "A partir da história e etnologia, sabemos que quando uma cultura tinha regras rígidas de enterro que eles nunca cometeram erros com este tipo de coisas."
Arqueólogo Kateřina Semrádová disse Posição Checa: "Acreditamos que este é um dos primeiros casos de que poderia ser descrito como uma" transexual "ou" terceiro túmulo gênero "na República Checa".
Esta não é a primeira vez que um esqueleto foi encontrado enterrado como um membro do sexo oposto. Uma mulher do período Mesolítico, que foi assumida como um guerreiro, foi encontrada enterrada com armas.

14 abril, 2013

Miss Mato Grosso Gay 1980, conta que usou silicone industrial e hoje se arrepende devido às consequências de um câncer

Travesti, que ganhou fama nacional, conta que usou produtos ilegais e hoje se arrepende devido às consequências

HELSON FRANÇA
Da Reportagem

Figura tradicional das celebrações da sociedade cuiabana, sobretudo na década de 80, a travesti Úrsula, 57, anos, esteve presente em momentos importantes da cidade como a inauguração do Estádio do Verdão. Ela também ganhou vários prêmios nacionais de miss gay e é considerada um expoente do grupo LGBT no Estado. Mesmo como toda essa trajetória, atualmente, ela vive um drama.                                                             

Foto: Geraldo Tavares/DC - Úrsula guarda fotos e recortes da época em que era convidada de honra em eventos

Morando de favor na casa de uma sobrinha, localizada no bairro Jardim Gramado, em Cuiabá, ela convive com dores desde agosto do ano passado. No começo deste ano, o diagnóstico: câncer.

Situado na região do reto, o tumor, segundo a travesti, é resultado das aplicações de silicone industrial que realizou nos quadris e nádegas em Curitiba (PR), quando tinha 27 anos.


Tendo em sua composição elementos muitas vezes fora das
especificações médicas e sanitárias, os silicones industriais – utilizados geralmente para outros fins – são considerados produto cancerígeno.

Ela colocou três litros do material em cada lado do corpo, além de uma quantidade no rosto também.

“Se eu pudesse voltar atrás, não teria feito isso comigo”, desabafa, ao comentar que se arrepende de ter feito as intervenções.

Úrsula passa a maior parte de seus dias de pé. Por conta das dores, ela não consegue sentar.

“Tem dias que as dores são tão fortes que não consigo nem dormir. É complicado”.

Devido aos antibióticos e remédios que tomou no final de dezembro do ano passado, quando foi internada às pressas no pronto-socorro Municipal de Várzea Grande para tratar de um enfisema pulmonar, os silicones incharam e endureceram.

“Preciso fazer uma cirurgia para tirá-los, mas os médicos falaram que antes é necessário cuidar do tumor”.

Ela dará início às sessões de radioterapia e quimioterapia no próximo dia 22, na Santa Casa, em Cuiabá. Ao todo, serão 35 sessões.

A travesti conta que nasceu com uma disfunção hormonal e se sentia mais mulher do que homem. Perto de completar 14 anos, Emílio José Borges – seu nome de batismo – começou, com o apoio da família, a tomar hormônios para que o lado feminino aflorasse.

Aos poucos, cintura e voz foram se afinando, e os seios aparecendo. Ela disse que cogitou fazer uma cirurgia de mudança de sexo, mas abandonou a ideia por considerá-la arriscada.

Eleita miss gay de Mato Grosso em 1980 e segundo lugar no concurso nacional no ano seguinte, Úrsula relata que já ganhou bastante dinheiro com a prostituição – tendo uma clientela formada por políticos e empresários, em sua maioria -, mas foi roubada por dois ex-maridos.

Hoje, a senhora de idade, como se define, além da sobrinha, não tem muito contato com a família – com exceção da irmã que mora em João Pessoa (PA) – e espera voltar a ter uma vida normal, depois que o tratamento findar.

“A fé move montanhas, não é?”, diz. 


FONTE: Diário de Cuiabá © 2012

13 abril, 2013

Hospital das Clínicas, em SP, será primeiro a tratar menor transexual com hormônio


Parecer do Conselho Federal de Medicina indica que aos 16 anos jovem transexual já pode receber hormônios para induzir desenvolvimento de características do sexo oposto ao de nascença

Fonte: Rede Brasil Atual

Hospital das Clínicas, em SP, será primeiro a tratar menor transexual com hormônio
A jovem Alessandra, de Presidente Prudente, fez o acompanhamento no CRT/SP e aguarda na fila do SUS para fazer a cirurgia de transgenitalização (Foto: Paulo Pepe/RBA)
São Paulo – O Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo será o primeiro no país a implementar tratamento hormonal a adolescentes transgêneros. Atualmente, a hormonoterapia só é concedida pela rede pública de saúde a maiores de 18 anos, mas um estudo francês feito em 2010, envolvendo 70 adolescentes com o chamado Transtorno de Identidade de Gênero (TIG), revelou que todos mantinham o transtorno na idade adulta. Com base nesse e em outros estudos médicos internacionais, o Conselho Federal de Medicina (CFM) passou, desde março, a recomendar a aplicação do novo método a partir dos 12 anos, quando começam os sinais da puberdade.
“Esse tratamento inicial bloquearia justamente a puberdade de gênero de nascimento. A partir dos 16 anos os hormônios que induzem à aparição de características do gênero desejado podem começar a serem tomados pelos jovens”, explica a diretora do Centro de Referência e Treinamento (CRT) DST/Aids -SP, Maria Clara Gianna.
O CRT é uma unidade de coordenação do Programa Estadual para Prevenção, Controle, Diagnóstico e Tratamento de DST e Aids no Estado de São Paulo, ligado à Secretaria Estadual de Saúde. Em 2010, dentro do âmbito da CRT foi criado o Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais, serviço que realiza procedimentos médicos a esta população, mas sempre para adultos, como explica Maria Clara. O ambulatório conta com cerca de 15 profissionais e 1.400 pessoas em atendimento. “Não atendemos a adolescentes, estes encaminhamos para o ambulatório especializado do HC.”
O Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (Amtigos) pertence ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e funciona desde 2010 atendendo a jovens transgêneros, mas sem concessão de hormonoterapia. O atendimento é voltado para acompanhamentos e orientações psicoterápicas desenvolvidas por uma equipe de 13 profissionais de saúde capacitados. No momento, são atendidos cerca de 80 jovens. 
"Para nós esse parecer foi fantástico, facilitará muito o trabalho que desenvolvemos com os adolescentes transexuais. O cenário se ampliou muito", diz o psiquiatra e coordenador do Amtigos, Alexandre Saadeh. De acordo com ele, os protocolos para que jovens possam receber a hormonoterapia estão em andamento junto ao serviço de endocrinologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas. "Em junho já estaremos atendendo a estes adolescentes."
O parecer do CFM é uma avaliação técnica em resposta a uma consulta feita pela Defensoria Pública de São Paulo, em janeiro do ano passado, sobre a possibilidade de adolescentes realizarem a hormonoterapia. A coordenadora do Núcleo de Combate à Discriminação – responsável pela iniciativa –, Vanessa Alves, explica que pais de jovens transexuais menores de idade procuraram a defensoria alegando que seus filhos não conseguem este tratamento na rede pública estadual de Saúde.
“Quando se identificam com o gênero oposto e não conseguem tratamento, acabam procurando opções clandestinas para fazer a mudança no corpo. Na adolescência, principalmente, há um grande sofrimento psicológico e social destes adolescentes porque é o momento em que aparecem os sinais da puberdade”, explicou. Ela afirma esperar que, com o parecer do CFM, o serviço passe a ser oferecido pela rede pública de saúde. “Fizemos essa consulta para que ficasse esclarecida essa possibilidade.”
O tratamento hormonal em jovens transexuais, pelo HC, será uma parceria entre o CRT, o Amtigos e a ONG Grupos de Pais de Homossexuais (GPH). “O atendimento está sendo discutido neste momento. O parecer vem num ótimo momento. Consideramos fundamental que esses processos possam ocorrer e possam ter a atenção adequada”, explicou a diretora do CRT.
Maria Clara afirma que a proposta é que este tipo de tratamento se inicie no HC e depois seja estendido a todas as unidades estaduais que ofereçam atendimento a transexuais. “A ideia é iniciar o processo, observando os novos serviços, para que o estado se organize e capacite os profissionais para isso.”
Desde 2008, como instituído pela Portaria 1.707, do Ministério da Saúde (MS), o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com o “Processo Transexualizador”, que prevê a instalação de atendimento e profissionais capacitados para atender a transexuais por meio do atendimento psiquiátrico, médico endocrinológico – hormonal – e cirurgicamente. Apesar de não especificar a idade dos transexuais que podem usufruir dos tratamentos, as redes do SUS, atualmente, não oferecem tratamento hormonal a menores de 18 anos.
O coordenador do Amtigos afirma que está em andamento a formulação de uma nova portaria do MS, que especificará a possibilidade de jovens serem atendidos pelo Processo Transexualizador. "Já participei de uma reunião com o Ministério da Saúde para formular a portaria, que deve ser publicada no meio do ano", adiantou Saadeh. 
O parecer do CFM não é normativo, isto é, não institui como norma suas observações técnicas, que são consideradas apenas como sugestões às entidades e redes de saúde pública. No entanto, historicamente, o poder público leva em consideração os pareceres na orientação da política de saúde. Por isso, o parecer publicado em março foi encarado como “marco” pela diretoria do CRT.

Purpurina

A “provocação” feita à defensoria para que entrasse com o pedido de consulta ao CFM foi feita pelo Projeto Purpurina. “No Brasil, os transexuais têm de chegar aos 18 pra começar o tratamento hormonal, quando as características de gênero secundárias já apareceram, como a barba, a voz grossa, as meninas já estão menstruando”, comenta a diretora da ONG Grupo de Pais de Homossexuais, Edith Modesto.
“Tivemos em nosso grupo tentativas de suicídio. A dor só aumenta, porque já há um processo de autoaceitação e aceitação da família também, os pais dificilmente aceitam facilmente filhos transexuais, eles não são preparados para isso.”
Poucas pessoas entendem o que é a transexualidade. “Agora mais estudos e reportagens estão aparecendo sobre o tema. É muito delicado, e é importante diferenciar o transexualismo do travestismo e do androgenismo.”
O transexual é aquele que não se sente pertencente ao seu gênero biológico, quando não se reconhece como homem ou como mulher, explica Edith. “Já vi um caso em que um menino de quatro anos falou para a mãe: 'você sabia que eu era mulher, porque me fez deste jeito?'”.
Já o travesti é aquele que se reconhece como homem ou mulher, mas que sente prazer ao se travestir do sexo oposto. “E as meninas masculinizadas e os meninos afeminados são os andrógenos”, explica.
Atualmente, o número de participantes do GPH gira em torno de 200 pessoas. O número de transexuais é menor, são cerca de 10, representando 5% dos participantes.

Mal sem gênero

Os efeitos do tratamento hormonal inadequado são inúmeros. Sem encontrar a hormonoterapia em unidades de saúde adequadas, os jovens biologicamente homens utilizam pílulas anticoncepcionais, por conter estrogênio, hormônio feminino, e as jovens, biologicamente mulheres, usam testosterona que muitas vezes funcionam como as “bombas” de usuários de academia.
“Geralmente, eles fazem uso de hormônio por conta própria, é difícil encontrar um destes jovens sem uso de hormônio. Autorizando-se a gente a trabalhar mais cedo, temos o hormônio mais indicado, tanto em termos de tipo quanto em quantidade”, afirma uma das diretoras do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Amanda Athayde.
“Os meninos usam muitas pílulas por dia, quatro ou cinco, para fazer um efeito mais rápido. Eles não recebem tratamento adequado no sentido de diminuir o hormônio genético deles, que é o masculino. Ele mudam de hormônio, e os resultados são maléficos sobre o fígado, há efeito de trombose também”, diz Amanda.
A testosterona não é vendida sem receita médica ou indicação, o que faz com que os hormônios ingeridos pelas meninas sejam mais perigosos ainda. “ Usam testosterona vendida pela internet, de origem muitas vezes animal.” Os efeitos colaterais são doenças no fígado, alteração do colesterol e no mecanismo de coagulação do sangue, o que causa a trombose.

Histórico

Em 1997 a Resolução 1.482 do CFM autorizou o tratamento e a cirurgia de transgenitalização, ainda que de maneira experimental, para essa população. Segundo o Amtigos, acreditava-se que, na época, existiam no Brasil 1.500 transexuais operados e 1.200 aguardando autorização.
Essa resolução foi revista em 2002 e novamente em 2010 pelo CFM, que, a partir de então, estabeleceu que as cirurgias de transgenitalização para transexuais masculinos (homem/mulher) e femininos (mulher/homem) podem ser realizadas por qualquer equipe médica multidisciplinar. 
Ainda segundo dados do Amtigos, considera-se que um entre 30.000 homens e uma entre 100.000 mulheres sejam transexuais. 

12 abril, 2013

DC Comics apresenta a sua primeira personagem transexual


DC Comics apresenta a sua primeira personagem transexual

Depois do beijo gay entre Wolverine e Hercules (numa realidade paralela do universo Marvel, pessoal, acalmem-se) e da saída do armário de Lanterna Verde, desta vez foi a vez da DC Comics apresentar uma nova personagem LGBT: mas, além de gays e lésbicas, a editora resolveu trazer ao mundo uma transexual. Alysia Yeoh, colega de quarto da Batgirl, revelará sua “identidade secreta” na revista Batgirl #19.
A autora da revista, Gail Simone, adiantou à revista Wired que Alysia também será bisexual – vale lembrar que Batwoman é lésbica. Veja o momento da conversa decisiva entre as colegas:
“A diversidade é o grande tema nos quadrinhos hoje”, disse Simone. Alysia será a “primeira transexual assumida em uma revista mainstream de super-heróis”. Que venham outras, certo?

07 abril, 2013

‘Salve Jorge’: Transexual na vida real vive traficada que tem a promessa de ser operada na Turquia





Transexual Maria Clara Spnilli
Transexual Maria Clara Spnilli Foto: Urbano Erbiste / Agência O Globo

Sara Paixão

“Sabe o que é uma pessoa passar a vida inteira presa dentro de um corpo errado?”, dizia o texto da primeira aparição da atriz Maria Clara Spinelli em “Salve Jorge” na última semana. Era uma confissão agradecida a Wanda (Totia Meireles), que, para aliciar Anita, sua personagem, prometeu à travesti uma cirurgia de mudança de sexo. Em menos de um minuto, Gloria Perez resumiu o sentimento de uma parcela excluída da população que Maria Clara conhece bem por ter enfrentado a tal operação.
- O que Gloria está fazendo é um marco. Assim como Taís Araújo teve a responsabilidade de fazer a primeira protagonista negra numa novela das oito, sei que tenho um caminho a trilhar. A partir das próximas cenas, espero que as pessoas vejam a atriz que há em mim e que isso seja maior que a minha individualidade - diz Maria Clara, que estreou cerca de 14 anos depois de Roberta Close ter feito um episódio do programa “Você decide” na mesma emissora.



Premiada no cinema, a atriz Maria Clara Spinelli faz sua estreia na TV na pele de Anita
Premiada no cinema, a atriz Maria Clara Spinelli faz sua estreia na TV na pele de Anita Foto: Urbano Erbiste / Extra

A participação de Maria Clara foi esticada e ela ganhou um roteiro de cenas fortes. Mas não foi apenas a história de vida da transexual, de 27 anos, nascida em Assis (SP) que contou a favor dela. A atuação no filme “Quanto dura o amor?” (2010) lhe rendeu prêmios de melhor atriz em festivais de cinema como Paulínia, Hollywood e Mônaco.
- A vida é dura. Depois do filme, muita gente que eu admiro veio me dizer que se identificava com o meu trabalho. Conheci produtores de elenco de Hollywood e do Brasil. Autores e diretores me elogiaram. Mas ninguém me chamou para trabalhar.
Nas cenas previstas para irem ao ar na próxima sexta-feira em “Salve Jorge”, o sonho de uma vida diferente e um novo corpo para Anita acabará. Depois de embarcar para a Turquia ao lado do gay Dudi (Marcos Baô), ela descobre ao chegar na boate que será escravizada e terá que se prostituir . Os dois reagem à notícia e acabam sendo espancados por Russo (Adriano Garib). Eles serão socorridos por Jô (Thammy Gretchen), que agora na pele de Cylmara cuida das traficadas no alojamento.



Transexual Maria Clara Spnilli
Transexual Maria Clara Spnilli Foto: Urbano Erbiste / Agência O Globo

Ver um sonho ruir é maior que a dor a física. Ela vê que a vida lhe deu uma rasteira mais uma vez - observa a atriz.
Mais experiente que sua personagem, a atriz conta que já está descolada com as peças que o destino lhe prega diariamente.
- Nem lembro que sou transexual, porque isso já está resolvido física, social, psicológica e legalmente. Nos meus documentos está o nome de Maria Clara Spinelli. Quando fui fazer o contrato com a Globo, perguntaram meu nome real. As pessoas não sabem se me tratam como homem, mulher, travesti. Tenho que lidar com isso com calma porque elas não têm obrigação de saber.


FONTE: http://extra.globo.com/tv-e-lazer/salve-jorge-transexual-na-vida-real-vive-traficada-que-tem-promessa-de-ser-operada-na-turquia-8041147.html#ixzz2PnPd9ojW

06 abril, 2013

AWARDS 2013 TRANSGENDER FILM FESTIVAL

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.

05 abril, 2013

Transexual irá competir contra mulheres no MMA


Fallon Fox é peso pena e está liberada para lutar

A transexual Fallon Fox conseguiu nesta quinta-feira (4), liberação da Comissão Atlética da Flórida para competir contra mulheres em eventos de MMA nos Estados Unidos.

Conforme noticiou o site UOL esportes, Fox nasceu homem e fez operação de mudança de sexo em 2006. Ela já havia tentado conseguir a licença em outros estados mas não obteve sucesso.

Agora, ela irá encarar Allana Jones no Championship Fighting Alliance (CFA), na categoria peso pena, no dia 24 de maio.


04 abril, 2013

TRANSEXUAL BRASILEIRA, É ENCONTRADA MORTA EM SEU FLAT NA CIDADE DE LONDRES U.K.

Adeus, Patrícia Reigada: A Flor que Floresceu em Londres e Agora Perfuma o Céu...

Por Luciana Kimberly Dias do Mundo T em São Paulo

Londres amanheceu mais cinza. E não foi só por causa do tempo. Uma das nossas, Patrícia Reigada, mulher trans, brasileira, linda, intensa e cheia de vida, nos deixou aos olhos do mundo, mas não dos nossos corações. Ela faleceu após uma parada cardíaca e, até o momento, o corpo segue sob cuidados da polícia britânica para uma segunda autópsia, como parte do protocolo local.

O corpo será cremado em Londres, onde Patrícia viveu seus últimos dias. Uma cidade distante da terra natal, mas que testemunhou seu brilho único. Aquela que caminhava entre dois mundos, o da luta e o da beleza, agora descansa em um só: o da eternidade.

A família, em meio ao luto e à burocracia, agradece cada gesto de carinho, cada oração e cada mensagem recebida. O apoio dos amigos e da comunidade LGBT tem sido um amparo real nesse momento tão delicado. Patrícia não era só filha, não era só amiga, ela era símbolo. Da coragem. Da afirmação. Do direito de existir com dignidade e amor.

A missa de 7º dia será marcada em breve, e os detalhes serão divulgados nas redes sociais. Pedimos que quem quiser homenageá-la, olhe para uma mulher trans com respeito. Isso já seria um presente para Patrícia, que enfrentou tantos olhares tortos, mas mesmo assim manteve o sorriso no rosto.

Hoje não é só um corpo que parte. É um capítulo inteiro da nossa luta que se encerra. Mas enquanto houver travestis e mulheres trans dizendo “presente!”, Patrícia Reigada viverá.

Kimberly é uma Blogueira, Criadora de Conteúdos e Travesti, natural da cidade de Fernandópolis, interior de SP, Voluntária na militância pelos Direitos, Cidadania e Visibilidade Positiva das Travestis e Transexuais em Redes Sociais. 

✉ Contato: luciana.kimberly@yahoo.com






Travestis e Transexuais reivindicam mundo sem preconceito e discriminação

Audiência com travestis e transexuais integra Consulta Pública Pós-2015, ano limite para o alcance dos ODM

Consulta - Travestis e Trans - Foto: Katherine Judd/PNUD
REPRESENTANTES DAS ASSOCIAÇÕES LGBT EM EVENTO NA CASA DAS NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. FOTO: KATHERINE JUDD/PNUD BRASIL.

03 Abril 2013
do PNUD


Os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), compromisso firmado entre 189 líderes mundiais no ano 2000, têm seu prazo final em 31 de dezembro de 2015. Após esta data, os desafios continuam com uma nova agenda de desenvolvimento, que já vem sendo formulada. A base para esta formulação é a Consulta Pública Pós-2015, feita em mais de 50 países  - entre eles o Brasil -, a fim de mapear as demandas prioritárias dos mais variados segmentos da sociedade.
Já foram realizadas consultas gerais nas cinco macrorregiões do país, e ainda estão acontecendo consultas específicas para agregar as reivindicações de jovens, indígenas, pessoas com deficiência, centrais sindicais, entre outros setores. Também foram aplicados 3.500 questionários on-line, cujos resultados serão agregados ao documento final da Consulta. A síntese deste trabalho, que será apresentada à Secretaria-Geral da Presidência da República e demais parceiros, integrará um relatório a ser entregue às lideranças mundias na próxima Assembleia Geral da ONU.
Dentro das atividades da Consulta Pública Pós-2015, o PNUD organizou em março uma audiência com representantes de associações brasileiras de travestis e transexuais. As travestis e transexuais, que sempre foram estigmatizadas no Brasil e vítimas constantes de vários tipos de violência e intolerância, são rotineiramente excluídas do exercício de seus direitos fundamentais. Em 1993, com a criação da primeira organização trans no país (ONG ASTRAL) e a realização do I Encontro Nacional de Travestis e Transexuais na Luta contra a Aids (ENTLAIDS), o movimento social começou a se organizar para levar suas demandas ao poder público. 
Durante a Consulta, realizada na Casa da ONU em Brasília, estiveram presentes representantes da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), da Rede de Pessoas Trans (REDTRANS), Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT) e da Associação Nacional de Homens Trans. Como prioridade para a agenda pós-2015 foi selecionada a eliminação de todas as formas de preconceito e discriminação. No Brasil, travestis e transexuais são assassinadas com requintes de crueldade todos os dias, sem registro oficial. Elas também são excluídas do acesso à educação, trabalho e previdência social em razão da discriminação.
Na audiência, foram levantadas as prioridades de desenvolvimento para esta população, especialmente:
  • A eliminação de todas as formas de preconceito e discriminação; 
  • Acesso à educação  e estrutura para  permanência das travestis e transexuais nas escolas; e 
  • Acesso ao trabalho. 
A principal questão refere-se à identidade de gênero, presente em todas as prioridades citadas. Este conceito diz respeito à  vivência interna e individual do gênero tal como cada pessoa o sente, a qual pode corresponder ou não com o sexo atribuído após o nascimento, incluindo a vivência pessoal do corpo. O exercício do direito à identidade de gênero envolve o uso do nome social em documentos oficiais,  a modificação da aparência ou da função corporal através de meios farmacológicos, cirúrgicos ou de outra índole, desde que isso seja livremente escolhido, e outras expressões de gênero, inclusive vestimenta, modo de falar e maneirismos.
A questão do não reconhecimento da identidade de gênero dessa população leva a uma série de violências institucionais,  que limitam suas oportunidades. Por exemplo, durante sua vida escolar, as travestis sofrem com o preconceito dos colegas e a falta de preparo dos professores,  o que provoca sua evasão escolar precoce. “Para nós, (a educação) não é uma realidade. O ir à escola é muito complicado”, diz Cris Stefanny, Presidenta da ANTRA. O tema educação foi a segunda prioridade apontada pelas participantes. Sem estudo, essa população sofre restrições no mercado de trabalho . Entretanto, mesmo quando possuem estudo, travestis e transexuais são  vítimas de preconceito por não poder exercer sua identidade social. Para Leonardo Tenório, Presidente da Associação Nacional de Homens Trans, “ter escolaridade não é suficiente porque depois (travestis e transexuais) não têm acesso ao trabalho. Homens trans se assumem mais tarde, estudam mais e, quando chegam ao mercado de trabalho, ninguém quer dar emprego".
Houve avanços na área da saúde, com a aprovação da  Portaria 1.707 do SUS, que traz orientações sobre o processo transexualizador pelos serviços públicos de saúde, além das agendas afirmativas dos Planos de Enfrentamento à Epidemia de Aids. Entretanto, o estigma causa a invisibilidade dessas populações nas outras áreas de politicas públicas. “Na prática, eu acabo não existindo”, diz Liza Minelly, Presidenta da REDTRANS.
Por outro lado, “na hora da ‘limpeza social’, para ‘limpar’a cidade e deixá-la bonita para a Copa, as travestis são reconhecidas”, destaca Fernanda Benvenutti, presidente-fundadora da Associação dos Travestis da Paraíba (ASTRAPA) e Secretária de Relações Institucionais da ABGLT. 
Lei de Identidade de Gênero
Na sequência da reunião sobre a agenda pós-2015, ocorreu um debate sobre a Lei de Identidade de Gênero, em um intercâmbio de conhecimentos entre Brasil e Argentina. O avanço dos direitos da população de travestis e transexuais depende da organização e participação política, acredita Marcela Romero, Coordenadora da Rede Latino-americana de Travestis e Transexuais. Para ela, este é o primeiro passo para demandar a  aprovação de leis específicas pelo Legislativo e a atuação efetiva do Estado na estruturação das politicas públicas. 
A América Latina tem observado avanços recentes nesse tema. Em maio de 2012, o Congresso Argentino aprovou a Lei n° 26743, que trata da Identidade de Gênero e atenção integral à saúde das pessoas trans. Para a Deputada Maria Rachid, que liderou a iniciativa, a sociedade argentina mostrou um apoio à lei que surpreendeu inclusive os movimentos sociais. Por ser um país regido pela igreja católica, esperava-se muita rejeição à proposta, entretanto, não foi o que as consultas públicas demonstraram. Segundo a Deputada, ficou evidente que “as pessoas não concordam com tudo que os dirigentes da igreja determinam, elas têm relações antes do casamento, elas usam preservativo para evitar doenças” e, por isso, viram que a lei era um importante passo para cessar o ciclo de violência contra travestis e transexuais e garantir o pleno exercício dos direitos humanos.
Inspirado pela iniciativa no país vizinho, um Projeto de Lei de Identidade de Gênero foi apresentado ao Congresso em fevereiro de 2013. “As pessoas devem poder definir sua própria identidade, dizer quem elas são”, afirmou a Deputada Érika Kokay, autora do projeto de lei juntamente com o Deputado Jean Wyllys. 
Para o movimento social de travestis e transexuais a proposta é de extrema relevância e pode ajudar a erradicar a transfobia - aversão à presença de travestis e transexuais. “É a aversão à existência, que não é permitida nem tolerada”, destaca Marcelo Caetano, da Associação de Homens Trans. 
ODM - HIV/Aids - LGBT