03 janeiro, 2014

História Trans: “Gisberta” torna-se peça de teatro em Portugal

A peça sobre a travesti brasileira  vítima de transfobia em 2006, sobe ao palco do Rivoli Teatro Municipal a partir de 30 de Janeiro
                                                                           Foto: DR
Na peça, a atriz Rita Ribeiro interpreta o papel da mãe de Gisberta e vai relatando a um jornalista fatos da vida do “seu menino”.
Na história, fala da sua dificuldade em aceitar a identidade de gênero da filha e das várias tentativas para não deixar aflorar a mulher que existia em seu filho, ainda na infância, a não seguir um caminho por ela e por muitos considerado “anti-natural”.
Fala também da saudade que sente do “seu menino”, do arrependimento por tê-la deixado partir. A personagem assume igualmente a sua parcela de culpa por nunca ter sido capaz de realizar o desejo do “seu menino”: ser tratada por "Gisberta".
              

                                                                          Foto/Divulgação
Conheça a História de Gisberta, abaixo!
Gisberta, paulistana da cidade de São Paulo, com 46 anos, acabou assassinada, num edifício inacabado do centro do Porto, em Portugal, no dia 22 de Fevereiro de 2006. Quatorze adolescentes, internos de uma instituição católica, a espancaram durante três dias, antes de atirarem o corpo, ainda com vida, a um poço escuro e mal cheiroso.



No julgamento, ficou provado que Gisberta morreu por afogamento e que as lesões provocadas pelos adolescentes "por si só não provocariam a morte", o Tribunal de Família e Menores do Porto dividiu a condenação em três grupos. Seis jovens foram condenados com 13 meses de internamento; outros cinco, como ‘Sombras’, a 11 meses; e dois a 12 meses por omissão de auxílio.
Muito vaidosa, profundamente feminina e dona de uma doçura, viveu em Portugal por 25 anos, agonizou mais de 48 horas até soltar o último suspiro de vida. A mídia anunciaram a morte de um homem, mais na realidade se tratava de uma travesti.
Umas duas semanas antes de ser violentamente agredida no parque subterrâneo onde morava, Gisberta confidenciou a uma técnica, Raquel Moreira, do Espaço Pessoa, onde era conhecida como "Gis" há quase dez anos, sobre "uns adolescentes que de vez em quando apareciam na obra e a provocava", embora não tenha referido qualquer agressão na época. 

Os mesmos aconselhava a sair do local e não voltar mais lá, afirmou apenas: "Posso estar muito mal, mas continuo a ter a força de um homem, não vai ser por causa de uns adolescentes..." Dizia Giz.

Gisberta estava débilidada, portadora do HIV e hepatite, que a deixavam cada vez mais fragilizada. Na época varias Travestis e Transexuais fizeram uma vaquinha para juntar dinheiro para o translato do corpo de Giz para o Brasil, mas a campanha foi frustrada e ela foi sepultada em Portugal. 

Canção de Maria Bethânia em homenagem a Gisberta 

Gisberta eternizada nessa linda canção interpretada pela cantora Maria Bethânia


Na época, a história foi divulgada na mídia internacional, inclusive nos principais telejornais do Brasil, a embaixada e o governo brasileiro não se comoveram e não fizeram esforço nenhum em trazer o corpo de Gisberta, para ser enterrado no Brasil.


No dia 09 de junho de 2006, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, pela Frente Parlamentar Estadual pela Livre Expressão Sexual, a família de Gisberta não compareceu para receber a homenagem, e de ultimo instante recebi a homenagem em nome da Gisberta Giz e sua família, onde lamentei a falta da Companheira, que foi assassinada pelo simples fato de ser quem é, uma mulher.

4 comentários:

  1. Vou compartilhar, besossssssssssssssss

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  2. Léa Carvalho05 janeiro, 2014

    O mais importante é ela estar sendo lembrada em uma peça teatral.. a anos atras seria em paginas policias

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  3. Q triste essa histora,vou ficar pensando nisso a noite toda,cader deus na nossa vida.

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  4. eu conhecia pessoalmente era uma joia de pessoa nunca imaginei que ela ia ter assim un final tao desumano e tragico o que e de lamentar de forma profunda.deus esteja contigo GIS descanssa em paz.

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