26 janeiro, 2014

Conheça o Grupo TransRevolução promovendo direitos e qualidade de vida as Travestis e Transexuais

Na semana da Visibilidade de Travestis e Transexuais, vamos destacar o trabalho dessas Guerreiras
Kimberly Luciana Dias
Do Mundo T, em São Paulo
Logotipo do Grupo TransRevolução
O Grupo TransRevolução é filiado à RedTrans-Brasil e representa o Estado do Rio de Janeiro, nacionalmente no Governo Federal . O Blog Mundo T conversou com diretora da Ong, Alessandra Ramos, que gentilmente divide toda a história e o cotidiano atual do TransRevolução. 

O Grupo TransRevolução nasceu em 2009 com a proposta dentro do Grupo Pela Vidda, organização voltada para o tratamento de pessoas vivendo com HIV e Aids. Desde muito tempo o Grupo realizava ações com pessoas Travestis e Transexuais. A entrada de Giselle Meirelles e algumas outras companheiras nas atividades culminou na criação do projeto TransRevolução dentro do Grupo Pela Vidda.

Giselle Meirelles, uma das fundadoras do Grupo TransRevolução, faleceu em abril de 2013 (Foto: Divulgação)

A finalidade do Grupo TransRevolução, desde o início, era a preocupação de prestar pleno atendimento às demandas das pessoas Travestis e Transexuais, elas começaram a perceber no grupo uma oportunidade de conseguir acolhimento para seus problemas e tinham oportunidade de ver suas questões respondidas. Com o tempo ficou estabelecido que o Grupo proveria auxílio às questões urgentes da população e começou a fazer a incidência política, ou seja, participar como instituição nas demandas políticas e reivindicar os direitos de travestis e transexuais perante o governo.

Portanto pode-se dizer que o TransRevolução é um Grupo comunitário de pessoas Travestis e Transexuais que estão preocupadas, e que lutam pela melhoria da qualidade de vida no âmbito do estado do Rio de Janeiro, bem como reivindica politicamente os direitos em frente às políticas públicas construídas pelo estado para esta população.

Alessandra Ramos, diretora do Grupo Transrevolução com outras companheiras na confraternização da Parada LGBT do Rio de Janeiro  (Foto: Divulgação)

"Desde o início a preocupação principal era o indivíduo, Giselle Meirelles costumava dizer que “as palavras são muito bonitas, mas quero ver ação”. A maior parte das demandas de início eram com respeito a problemas com a rede de saúde, o respeito no atendimento e tratamento adequado, principalmente na questão do silicone injetável, realizávamos verdadeiras forças tarefa para poder fazer com que as Travestis e Transexuais, que pediam ajuda fossem atendidas e respeitadas. Conseguimos muitos atendimentos e também a maior parte daquelas que procuraram empregos hoje, se encontram empregadas graças as ações do TransRevolução." Disse Alessandra.

O Grupo realizou e vem alcançando, parcerias importantes com postos de saúde, como por exemplo, o PSF Lapa e o PAM 13 de Maio, que adaptaram seus atendimentos para receber as Travestis e Transexuais da região, que necessitavam de auxilio e encaminhamento. Foram feitas duas parcerias com universidades privadas, como o escritório modelo da Faculdade IBEMEC, no sentido de atender juridicamente as necessidades que surgissem como a troca do nome e sexo no registro civil, questões trabalhistas e outras, a Universidade Estácio de Sá, vem contribuindo com pesquisas e realização de seminários para esclarecimento do público geral, a capacitação de centenas de profissionais da saúde para melhor atendimento as Travestis e Transexuais e  recentemente foi firmado contrato com a UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), para que os matérias em vídeo "RESPEITO" produzido pelo Grupo fizesse parte do material permanente de instrução do Cursos de Formação à Distância. 

O Grupo TransRevolução, conta com varias representações e conselhos para apresentar ao estado quais as demandas das pessoas Travestis e Transexuais. Participou recentemente de uma pesquisa sobre as pessoas Travestis e Transexuais Negras, que foi divulgado num relatório da Ong Americana Global Rights. A pesquisa virou um relatório e a Corte Interamericana de Direitos Humanos CIDH, realizou a audiência acolhendo a denúncia de violação dos direitos de pessoas TT afrodescendentes, o que contribuirá na realização de consultas sobre o tema por parte do Governo Brasileiro e possível formulação de políticas específicas para esta população duplamente marginalizada. Uma vitória que deixam contentes todas engajadas na causa. 


O que ninguém imaginava, que ano passado o grupo passaria por uma grande perda, o falecimento da ativista Giselle Meirelles, que durante anos foi o esteio do Grupo. "Sua alma, ficamos todos e todas muito sentidos com a perda dela. Além de ser mentora do Grupo, ela havia se tornado a primeira presidente Trans do Grupo Pela Vidda. Foi uma imensa conquista para o nosso segmento, além de uma conquista para o Estado do Rio de Janeiro, contar com sua militância, Giselle era uma pessoa calma e doce, além de muito chique. Sentimos muito sua falta e até hoje não nos recuperamos plenamente, mas temos que continuar a luta." Disse emocionada Alessandra
Leonardo Peçanha, homem transexual faz parte da 
diretoria do TransRevolução, posa ao lado de Barbara Aires
Depois do falecimento de Giselle Meirelles, o TransRevolução se institucionalizou como Ong, em sua diretoria formada por mulheres Transexuais, Travestis e Leonardo Peçanha representando os Homens Transexuais.

Indianara Alves Siqueira, ativista, e atual presidente do Grupo TransRevolução, e  também representante das pessoas Travestis e Transexuais na Marcha das Vadias no Rio de Janeiro, também divide sua história e sua ligação com o grupo, em 2009 ainda, quanto ao segmento TT não sentia-se contempladas nos outros grupos LGBTTis existente na época, e assistiam  políticas públicas  e programas governamentais  discutido para as Travestis e Transexuais sem a presença delas ou de pessoas na qual se sentisse representadas. "Assim conseguimos então entrar outra vez para as discussões e sermos ouvidas." Disse Indianara.

Indianara também ressalta que o TransRevolução, através da RedeTrans-Brasil e diretamente ligada a RedeLactrans da América Latina e Caribe, deste 2009 vem fazendo participação em vários eventos nacionais, inscritas ou como convidadas as representantes estão lá, Como presidente do TransRevolução, Indianara representa a região sudeste do Brasil, dentro da RedeTrans.

Deste 2011 o Grupo TransRevolução, faz um levantamento anual dos assassinados que atinge a população de Travestis e Transexuais no nosso país. 

Indianara Alves Siqueira, lider e ativista, atual presidente Grupo TransRevolução e uma das fundadoras (Foto: Divulgação)

Finalizando a divulgação, o Grupo TransRevolução deixa um recado as Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro, “Para que o mal prevaleça, basta apenas que as pessoas de bem se calem”, como dizia nossa querida Giselle Meirelles, por isso, nunca deixe de lutar pelos seus sonhos e sempre lute pelo seu lugar na sociedade. Quando sorrimos pra vida, a vida sorri para nós, por isso sempre temos que deixar abertas as possibilidades. Nunca permita que as pessoas digam que seu lugar na sociedade não é pelo qual está lutando. Mãos à obra." Finaliza  Alessandra.

O Grupo TransRevolução se reúne toda última sexta-feira do mês, às 18hs, na Avenida: Rio Branco, 135/709, centro do Rio de Janeiro
Tel: 021 - 96856-1091 (Indianara) ou 021 - 96841-2466 (Alessandra) 
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4 comentários:

  1. Saudades da Gi, grande guerreira e um doce de pessoa. descanse em paz amiga!!!!
    Transrevolução me representa!!!

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  2. Falar em Giselle é falar de um anjo. Como sinto sua falta irmã. Dia 17 de março de 2014 vai fazer um ano sem você. Indianara e Alessandra ótimas meninas!
    Beijos amigas,
    Mallena Mattos.

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    1. Malena, nós também sentimos sua falta e gostariamos de contar com sua inteligencia e atitude para estar junto conosco na luta... vc viu a homengem que fizeram pra gente? (vc estava incluida nas fotos!)

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    2. Adoro vocês!! É de coração!!!! Não vi a homenagem não. Aonde Alê?
      Mallena Mattos.

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